<$BlogRSDUrl$>

sexta-feira, fevereiro 06, 2004

Só faltam 14 ...
Pelo menos dois ambientes estou mantendo arrumados: meu quarto e meu escritório.

Estou catando tudo meu que está em outros lugares.
Sei não ... a bagnça impera na casa toda ... nas duas!

terça-feira, fevereiro 03, 2004

Cansado, alma lavada, coração apertado. É assim que vou deitar pra dormir hoje.

E também feliz. Muito feliz!
As vezes eu me esqueço de como gosto de mergulhar, e mais ainda de como isso me faz bem.
É ... só faltam 18!
Organização do tempo livre. Ou organizar as tarefas, afazeres, vontades, querer, disposição ou seja lá o que se está afim de fazer ... esse acho que é o meu maior desafio atualmente.

Além claro de ganhar dinheiro ...
Gostei da propaganda do Mastercard em outdoors pela cidade, com uma foto de um casal já numa certa idade, na praia, com a seguinte frase: “Amor de verão, não tem preço.”

Além da idéia de que mesmo na terceira idade pode rolar um amor de verão, a idéia que mais me agrada é a de que um amor de verão pode durar muito ...

Hoje é Dia de Iemanjá ...

Todo dia 02 de fevereiro, já fazem alguns anos, tem uma tradição pessoal, que é a oferenda a Deusa do Mar.

Um mergulho, na Barra, nas proximidades do Farol, pra deixar fixa sempre no mesmo lugar uma rosa branca.

Hoje a tradição foi mantida. Depois da natação, fui resolver algumas coisas, e já próximo do meio dia fui até a Igreja do Bonfim conseguir o primeiro ítem indispensável: uma fitinha.

Não é qualquer fitinha. Só podem ser duas combinações: a fita azul com as letras em branco ou o inverso, fita branca com letras azuis. Qualquer tom de azul, mas com preferência para o claro. E a combinação tem que ser intercalada, ou seja, se num ano a fita é azul, no outro tem que ser branca.

O ideal é que seja dada de bom grado; dada por simples e pura boa vontade, sem qualquer intenção; mas se precisar comprar, tudo bem, mas que pelo menos seja de alguém que precise; é proibido que seja dos caras que vem cheio de malandragem.

Depois ela deve ser levada na Igreja, pra tentar benzer ou pelo menos ser rezada.

Quando cheguei no topo da Colina Sagrada, a Igreja estava fechada. Segundo o “brother” que veio me oferecer fitinhas, toda segunda fecha para limpeza. Mas fé que é fé, não tem hora, e uma senhora de idade estava ajoelhada na escadaria de entrada, em frente a grade, debaixo do sol forte do meio-dia fazendo a sua prece.

- Compra umas fitinhas “véio”! Na moral, pra ajudar o seu “primo”.
- Só quero uma ...
- Compra aqui o pacotinho e escolhe uma ...

Uma moça, que chegou alguns segundos antes do “brother” e ficou um pouco acanhada pela postura do cara que já veio tomando a janela do carro, tinha nas mãos um arame com um monte de fitinhas branca.

- Quero uma dessa aqui, branca com azul. (Foi a deixa pra ela ganhar espaço.)
- Essas aqui faço baratinho “mermão”.
- Quero uma dessa aqui. Só.

O cara se manca e sai, resmungando alguma coisa. É justamente desse tipo que a fitinha é proibida. Por quê? Longa história ...

A moça tira uma fitinha do arame e me dá;

- Quanto te devo?
- Dez centavos moço.

Enquanto me abaixo pra pegar uma moeda no console do carro, ela diz:

- Precisa pagar não. É pra você, de presente. Não vendi nenhuma ainda, quem sabe depois dessa vendo. Se não vender, tudo bem. Espero que te traga sorte. Deus te abençoe!
Por alguns poucos segundos fiquei sem reação, pra depois agradecer;

- Poxa, obrigado. Hoje é dia de Iemanjá, não vai levar oferenda?
- Eu ia trabalhar lá na festa, mas não consegui material. As vendas não estão muito boas.
- Mas vai melhorar! Obrigado mesmo. Deus te abençoe também!

Pena que não deu pra rezar a fitinha na Igreja ... mas só ter sido dada desse jeito, já valeu.

Agora o seguinte ítem: uma rosa branca. Não sei bem por quê, mas prefiro dar rosa branca; provavelmente pela simbologia do branco, como paz e pureza; tavez também por achar mais bonita.

Gosto de comprar numa floricultura lá na Barra, de uma senhora. Não é regra, mas simplesmente prefiro ir lá.

Agora é só ir para a praia, pro mergulho.

Mesmo lugar de sempre; uma pequena enseada do lado direito do Farol. Lugar calmo e abrigado, fácil de entrar e sair da água e até certo ponto protegido das correntes, principalmente a forte vazante de luas grandes. Nessas marés não dá pra ir muito longe. Já na maré enchente, dá pra ir bem longe.

Uma água de coco pra hidratar, tirar equipamento do carro e descer pra praia. A água está tão quente que não precisa nem de roupa. Me arrempedi de ter levado. E pior, com esse sol, vou ficar com os braços marcados. Mas vamos lá.

O horário tem que ser exato. Alguns minutos antes da virada da maré, pra entrar na maré enchente e sair na vazante. Assim a maré enchente traz novas energias, e a vazante levas as antigas e más embora. De qualquer forma, é pra lavar o corpo e a alma.

Tudo pronto, entro no mar. Pelo menos uma saudade eu consigo matar. A de estar no mar. Outra, só daqui a uns 18 dias ...

“Quando bate a saudade eu vou pro mar ... fecho os meus olhos e sinto você chegar ...”

Sempre penso nessa música. É automático.

Depois de nadar um tempo, chego até o ponto. Nunca erro. Retiro a rosa do saco plástico que a protege e me preparo pra mergulhar.

Aí vem a preocupação. No primeiro mergulho, não consigo descer; o ouvido direito não compensa a pressão. Tento de novo; nada.

“Não acredito ...” Estava tudo indo bem demais. É hora de usar técnica. Técnica pra limpar as vias e as cavidades da face. Deixar limpo todo o sistema, pra que o organismo possa compensar a diferença de pressão. Outro mergulho; nada. Mais uma tentativa, nada. Já dá pra sentir a maré virando. Se demorar muito, não vou conseguir ficar por lá muito tempo, pois já estou em área desabrigada. Mais uma tentativa e nada.

Bom, é hora da fé. Se acalmar, fazer uma pequena prece, inspirar e expirar fundo, um momento pra sentir o mar, o próprio corpo, liberar energias negativas, mentalizar coisas boas ... acreditar.

Tomo ar e desço. O ouvido, bem de leve, compensa. Ainda não é o suficiente, mas já é o começo. Um pouquinho mais de técnica e tudo pronto. Consigo chegar ao fundo, ao lugar especial, onde a rosa é deixada todo ano. Cravo o seu talo na areia, e faço um pequeno monte com pedras, pra ficar firme, e então volto pra superfície.

Ainda vou lá embaixo mais uma vez, conferir tudo, antes de passar pra outra etapa. Deixar a maré vazante fazer a limpeza.

Tiro a mascara e consigo até tirar a roupa, e assim, de peito e braços abertos, fico parado, deixando a maré lavar tudo de ruim que está acumulado.

Depois dessa lavagem, é hora de amarrar a fitinha. Essa é a novidade desse ano; amarro-a no mar, e não na praia, ajoelhado na areia. Outra mudança: só faço dois nós; o terceiro, deixo pra outra pessoa dar ...

Enfim volto pra praia, pra tomar mias uma água de coco e voltar pra casa.

Volto tranquilo, mais calmo. A tradição está mantida, a está alma lavada e a esperança, renovada.

Só uma saudade me aperta o peito, mas é logo superada pela felicidade do gostar de alguém.

segunda-feira, fevereiro 02, 2004

Também é dia de sentir saudade da minha amada ...
Canto de Iemanjá
(Baden Powell e Vinícius de Moraes)

Iemanjá, Iemanjá
Iemanjá é dona Janaína que vem
Iemanjá, Iemanjá
Iemanjá é muita tristeza que vem

Vem do luar no céu
Vem do luar
No mar coberto de flor, meu bem
De Iemanjá
De Iemanjá a cantar o amor
E a se mirar
Na lua triste no céu, meu bem
Triste no mar

Se você quiser amar
Se você quiser amor
Vem comigo a Salvador
Para ouvir Iemanjá

A cantar, na maré que vai
E na maré que vem
Do fim, mais do fim, do mar
Bem mais além
Bem mais além do que o fim do mar
Bem mais além

"Mas ninguém se iluda que há uma força maior do que o mar: há uma força que rege, que impera senhora absoluta de todas as águas, de tudo que em função da água viva e possa viver; há uma força que ordena, que manda, que decide sobre a vida dos pescadores, dos saveiristas, dos doqueiros, dos pais e mães de santo, de todos que têm vistas para alcançar o verde dos mares baianos. Todos lhe obedecem, todos procuram os seus favores, todos evitam os seus ódios e suas iras. Em cada recanto destes mares, nas praias, nas cabanas dos pescadores, nos altos destes montes, ela é a grande senhora. Ninguém pode dizer que não é vassalo dos mais servis do grande reino de Iemanjá."
Barcos levam presentes de Iemanjá às 16 horas

"A Colônia de Pesca Z-1 recebe até as 16 horas de hoje as oferendas de fiéis para Iemanjá, no balcão de madeira enfeitado com folhas de coqueiro, construído ao lado da sede, no Rio Vermelho. O secretário da Colônia de Pescadores Gilson Alves dos Santos explica que desde o último sábado os primeiros presentes foram levados, contrariando o costume da festa. Um dos motivos: as aglomerações registradas em 2003, que dificultaram o acesso de idosos, e a necessidade de muitas pessoas em antecipar a entrega dos presentes, já que estarão trabalhando durante todo o dia de hoje.

Os cerca de 300 balaios começaram a receber flores, pentes, perfumes, bijuterias, bonecas e uma infinidade artigos do agrado feminino. “Os presentes são tudo que a moça vaidosa gosta”, ressalta o pescador.

Ontem, o recebimento foi encerrado às 19 horas, sendo os balaios colocados na sede da entidade. O motivo da suspensão da atividade mais cedo que o habitual foi a ida dos pescadores para o terreiro de candomblé no bairro do Engenho Velho da Federação. Lá, eles participaram da cerimônia de entrega do Presente de Oxum, transportado por dois barcos para o centro no Dique do Tororó, onde foi depositado no início da madrugada de ontem.

Oferendas – As homenagens devem durar cerca de 1h30, explica Gilson Santos. Em seguida, os pescadores da Z-1, juntamente com companheiros do mar de colônias de Salvador e de outros municípios, transportarão as oferendas para o palanque. Deste, serão levados em barcos menores para grandes embarcações que não podem encostar na areia.

Gilson Alves fez mistério sobre o formato do presente principal para Iemanjá, que também é arrumado no terreiro da ialorixá. Ele lembra que, nos anos anteriores, a oferenda teve formato de peixe, lagosta, pente e farol. A saída dos barcos acontecerá impreterivelmente às 16 horas, por determinação da Capitania dos Portos, cujas lanchas acompanharão o trajeto que dura cerca de 45 minutos até o mar aberto."
Dia 02 de fevereiro:

- aniversário de Fred;
- aniversário da Tia Conchita;
- Dia de Iemanjá;
- Dia de ir na Igreja do Bonfim, rezar e amarrar fitinha;
- Dia de ir no mar, na maré vazante, pra lavar as energias negativas e levar presente pra Rainha do Mar;

Dia de Fé, dia de acreditar ... de acreditar na mudança, de acreditar em você mesmo, de acreditar no amor, de acredtiar na amizade e num monte de outras coisas boas.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?